Sem sombra

Paradas de ônibus da Avenida Hélvio Basso, em Santa Maria, não têm proteção

Pâmela Rubin Matge, Especial

Antônia Leria Campos, 70 anos, precisou visitar a filha, que mora na Vila Urlândia, na manhã de ontem. Na hora de voltar, a aposentada se dirigiu até uma parada de ônibus na Avenida Hélvio Basso. O relógio marcava 10h15min. Somente às 11h17min, o ônibus que levaria Antônia para casa chegou. A idosa ficou exposta ao sol e ao calor de quase 40ºC, durante 1h02min. Para piorar a situação, o veículo, que não tem ar-condicionado, estava lotado e ela viajou em pé.

Cenas como essa se repetem todo os dias. Isso porque não há mais abrigos nas paradas de ônibus da Avenida Hélvio Basso, que foi duplicada recentemente. Quem precisa do transporte coletivo por lá tem de esperar no relento do sol ou mesmo na chuva. Nas margens da avenida também não há árvores. Alguns se viram como podem. Vale até abrir um guarda-chuva ou se esconder atrás dos postes para aproveitar uma estreita e quase imperceptível sombra.

Em toda extensão do trecho de 1,4 quilômetro, há apenas uma parada coberta. O abrigo fica no lado direito e no final da avenida para quem anda na direção bairro-Centro. Caminhar às margens da avenida é outro problema, pois não há calçadas. O que existe são britas soltas e quentes que machucam os pés, segundo quem passa pelo local.

A estudante Amanda Ferreira Machado, 17 anos, pega ônibus na avenida pelo menos quatro vezes por semana. Ela diz que a via parece ser projetada apenas para veículos.
-Não adianta fazer avenida bonita se as pessoas não têm onde sentar e torram no sol - reclama a menina.

Para Ivan Trindade, 77 anos, o que define a situação da falta de abrigos é desrespeito.
- Não há palavras para tamanha falta de consideração.

Prefeitura diz que deve começar a resolver o problema em 15 dias

O secretário de Controle e Mobilidade Urbana, Miguel Passini, explica que o material dos abrigos ainda não chegou. A empresa licitada para esse serviço tinha que entregar o material até o dia 22 de janeiro. Mas como isso não aconteceu, ontem, a prefeitura encaminhou uma notificação de cancelamento e deve contratar uma nova empresa para a aquisição das lâminas de policarbonato, utilizada na cobertura das paradas. Por enquanto, quatro abrigos provisórios de zinco devem ser repostos em até 15 dias para que a população não fique sem abrigo.

Quanto às calçadas, que estava prevista no projeto, o secretário de Infraestrutura e Serviços, Tubias Calil, informou que não há previsão para serem construídas, pois é preciso esclarecer questões legais acerca da da obra. Contudo, o secretário adiantou que se for responsabilidade da prefeitura, as providências serão tomadas.

A falta de calçadas, segundo usuários, faz com que muita gente caminhe pela ciclovia, causando transtornos para os ciclistas. A duplicação da Avenida Hélvio Basso custou cerca de R$ 6,6 milhões aos cofres públicos.

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